Interpretar vilões quase sempre instiga os atores. E Diego Montez, que encarna o insuportável Rick de Dona Xepa, resolveu tentar tornar sua criação o mais próxima possível da realidade. Para isso, buscou em referências de sua própria convivência no colégio e na vida social exemplos que poderiam servir de inspiração para compor o aluno mais esnobe da universidade da trama de Gustavo Reiz.
"Usei minhas memórias de pessoas desnorteadas e típicas 'filhinhas de papai'. Sempre tem aquele que não teve pais capazes de dar educação e que, por isso, age com prepotência, egoísmo e arrogância", avalia o jovem de 22 anos, que se empolga cada vez que discorre sobre os traços vilanescos de seu personagem.
Na história, Rick mora sozinho em um loft e, por não se empenhar tanto nos estudos, gostava de recorrer ao amigo Édison, vivido por Arthur Aguiar, na hora de fazer seus trabalhos acadêmicos. Mesmo tendo um cenário próprio – sua casa grande –, parte das cenas que Diego grava é nas salas de aula e nos corredores da universidade, o que o aproxima não só de Arthur, mas também de Rayana Carvalho, que vive a 'riponga' Liz na trama. O trio se conheceu durante as cenas de Rebelde, na Record, o que facilita a interação em cena.
"E como são temáticas muito distantes, não tem como estabelecer qualquer comparação entre o que fazemos hoje e o que fazíamos lá", opina.
Para Diego, a diferença mais determinante entre o trabalho realizado em Dona Xepa e o que foi feito em Rebelde é o direcionamento. Por ter um público majoritariamente adolescente, a trama anterior carregava uma linguagem mais jovem e, por isso, rápida. Agora, por mais agilidade que o autor insira no texto, os conflitos são tratados de forma mais densa.
"Isso nos ajudou bastante porque tivemos pouco tempo entre o término de uma e o início de outra", justifica.
Mesmo assim, a julgar pela recepção que tem de pessoas nas ruas e pelas redes sociais, Diego arrisca dizer que parte do público da novela adolescente é hoje telespectadora do novo folhetim.
"Os fãs queriam uma terceira temporada, então curtem ver alguns atores juntos. Não acho que tenham nos escalado por isso. Existia um núcleo universitário e nada mais natural que selecionar nomes do elenco jovem da emissora", fala.
Filho da atriz Sônia Lima e do apresentador Wagner Montes, Diego garante que, agora, já lida bem com o fato de trabalhar na mesma emissora que os pais. Primeiro porque sua estreia aconteceu em uma rede concorrente, o SBT. Lá, interpretou um músico em Amor e Revolução, a convite do próprio autor, Tiago Santiago. E também porque garantiu sua vaga em Rebelde, primeiro trabalho na Record – até então, tinha feito apenas uma pequena participação na minissérie bíblica A História de Ester –, depois de uma longa seleção.
"Eu queria entrar no projeto. Fiz inúmeros testes, mas não consegui aprovação para a estreia. Então, assinei com o SBT. Depois que acabou lá, me chamaram para outros testes e acabei entrando na segunda temporada", lembra.
Mesmo garantindo não ter problemas com comparações com os pais, Diego optou por assinar Montez, com "z" no lugar do "s" de Montes. Uma prática que, segundo o ator, começou na faculdade, quando escreveu os primeiros textos – Diego também cria roteiros de web séries e tem até um projeto de seriado para tevê fechada.
"Na época, era para ter uma assinatura diferente como autor. Só que, quando estreei em 'Amor e Revolução', ficou assim e achei melhor não mexer", explica. Apesar de serem do cast da mesma emissora, Diego não demonstra maiores expectativas de cruzar com a mãe em cena.
"Nunca parei para pensar porque, em 'Rebelde', já tinha elenco fixo quando entrei e minha mãe já estava reservada para a novela do Carlos Lombardi quando comecei a gravar 'Dona Xepa'. Se um dia rolar, pode ser bacana", supõe.
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